1-2Ó Eterno, para de gritar comigo! Não me ponhas mais de castigo. Trata-me bem desta vez, pois estou carente de afeto.
2-3Não vês que estou coberto de hematomas, pancadas que doem no corpo e na alma? Ó Eterno, quanto tempo ainda falta para que me dês uma folga?
4-5Aparta e acaba de vez com esta briga, Ó Eterno. Se me amas de fato, então me tira daqui. Que valor vou ter para ti se eu estiver morto? Não poderei cantar em teu louvor se estiver numa sepultura!
6-7Estou cansado de tudo isso — muito cansado! Minha cama está inundada, há quarenta dias e quarenta noites, No dilúvio das minhas lágrimas. Meu colchão está encharcado, ensopado de lágrimas. As órbitas dos meus olhos são buracos negros: quase cego, vou piscando e tateando.
8-9Caiam fora, gente perversa! Finalmente, o Eterno ouviu meus soluços. Meus pedidos foram atendidos; minhas orações foram respondidas.
10Acovardados, meus inimigos desaparecem. Vendo que a desgraça caía sobre eles, viraram as costas e fugiram.