1-5Eles chegaram ao outro lado do mar, na terra dos gerasenos. Assim que Jesus saiu do barco, um louco, vítima de demônios, saiu do cemitério e correu para ele. O homem vivia no meio das sepulturas. Ninguém conseguia prendê-lo. Era impossível acorrentá-lo ou amarrá-lo. Ele fora amarrado muitas vezes com cordas e correntes, mas quebrava as correntes e arrebentava as cordas. Ninguém era forte o bastante para subjugá-lo. Noite e dia, vagava entre as tumbas e pelas colinas, gritando e cortando o próprio corpo com pedras pontiagudas.
6-8Quando ele viu Jesus, correu na direção dele e curvou-se reverentemente — depois rugiu em protesto: “O que queres comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Em nome de Deus, não me perturbes!”. (Jesus havia ordenado ao espírito maligno: “Fora! Saia deste homem!”.)
9-10Jesus perguntou: “Diga-me seu nome”. Ele respondeu: “Meu nome é Multidão. Pois somos muitos”. Em desespero, implorou a Jesus que não o expulsasse daquela região.
11-13Uma grande manada de porcos estava pastando numa colina perto dali. Os demônios, então, suplicaram a Jesus: “Manda-nos para os porcos, permita que vivamos neles”. Jesus permitiu. Mas aos porcos aconteceu pior do que ao homem. Enlouquecidos, correram, pularam de um penhasco, caíram no mar e se afogaram.
14-15Aterrorizados, os que cuidavam dos porcos saíram em disparada e contaram o incidente na cidade e na região. Todos queriam ver de perto o que havia acontecido. Eles encontraram Jesus e viram o louco assentado, usando roupas decentes e em perfeita saúde não mais como alguém fora do juízo.
16-17Os que haviam presenciado a cena contaram aos outros o que acontecera ao endemoninhado e aos porcos. No princípio, os curiosos ficaram impressionados. Depois ficaram revoltados por causa dos porcos que haviam perdido e imploraram a Jesus que saísse dali e nunca mais voltasse.
18-20Jesus estava indo para o barco, e o homem que fora liberto dos demônios pediu para acompanhá-lo, mas o Mestre não o permitiu. Em vez disso, aconselhou: “Vá para casa, para seu povo. Conte-lhes o que o Mestre, num gesto de misericórdia, fez por você”. O homem voltou e, na área das Dez Cidades, dava testemunho do que Jesus havia feito por ele. Ele se tornou o assunto da cidade.
21-24Após a travessia, uma imensa multidão formou-se à beira-mar. Um dos líderes da sinagoga, chamado Jairo, foi falar com Jesus. Ajoelhou-se diante dele e suplicou: “Minha filhinha está à beira da morte. Vem comigo e impõe as mãos sobre ela para que melhore”. Jesus foi com ele, e a multidão inteira os acompanhou, apertando-o e empurrando-o.
25-29Uma mulher que estava sofrendo de hemorragia havia doze anos ouviu falar de Jesus. (Muitos médicos haviam tratado dela, mas sem sucesso; levaram todo o seu dinheiro e a deixaram pior que antes.) Ela esgueirou-se por trás dele e tocou sua roupa. Ela pensava: “Basta eu tocar em sua roupa para ficar boa”. No momento em que o tocou, a hemorragia parou. Ela pôde sentir a mudança. Sabia que estava livre daquele mal.
30No mesmo instante, Jesus sentiu que dele saíra poder. Voltou-se para a multidão e perguntou: “Quem tocou minha roupa?”
31Os discípulos disseram: “Como assim? A multidão empurra e aperta de todo lado, e o senhor quer saber quem o tocou?”
32-33Mas ele insistiu, olhando ao redor para ver quem o tocara. A mulher, sabendo o que havia acontecido e que o havia tocado, tremendo de medo ajoelhou-se diante dele e contou toda a história.
34Jesus lhe disse: “Filha, você se arriscou por causa da sua fé, e agora está curada. Tenha uma vida abençoada! Seja curada da sua doença!”
35Enquanto ele ainda falava, algumas pessoas chegaram da casa do líder da sinagoga e informaram: “Sua filha morreu. Por que continuar incomodando o Mestre?”.
36Ouvindo o que diziam, Jesus tranquilizou o homem: “Não dê atenção a eles, apenas confie em mim”.
37-40Ele não permitiu que ninguém fosse com ele, exceto Pedro, Tiago e João. Entraram na casa, abrindo caminho entre os fofoqueiros, sempre ávidos por uma novidade, e pelos vizinhos, que haviam trazido comida. Jesus foi ríspido com eles: “Por que todo esse falatório e essa choradeira sem sentido? A criança não está morta; está dormindo!” As pessoas na casa zombavam dele, achando que ele não sabia o que estava dizendo.
40-43Contudo, Jesus dispensou todos eles, chamou o pai e a mãe da criança e seus companheiros e entrou no quarto da menina. Segurando a mão dela, ordenou: “Talita cumi”, que significa: “Menina, levante-se!” Ela se levantou e começou a andar! A menina tinha
12anos de idade. Os pais, obviamente, não continham a alegria, mas Jesus deu ordens estritas para que não contassem nada a ninguém e ordenou: “Deem a ela alguma coisa para comer”.