1-5Jesus convocou os Doze e deu a eles autoridade e poder sobre os demônios e as doenças. Ele os chamou para pregar as boas notícias do Reino de Deus e curar os doentes. E os aconselhou “Não pensem que precisarão de muito equipamento para cumprir a missão. Sejam simples. Vocês são o equipamento. Nada de hospedagem de luxo. Hospedem-se num lugar simples e contentem-se com isso. Se não forem bem recebidos, deixem a cidade. Não façam cena. É hora de dar de ombros e continuar o caminho”.
6Assim, eles partiram. Viajaram de cidade em cidade anunciando as últimas notícias da parte de Deus — a Mensagem — e curando pessoas por onde passavam.
7-9Quando tomou conhecimento desses fatos, o rei Herodes não sabia o que pensar. Alguns diziam que João havia voltado dos mortos, outros que Elias estava de volta, outros ainda que algum profeta dos tempos antigos havia reaparecido. Herodes estava confuso: “Eu matei João e o decapitei. Quem é esse de quem tanto falam?” Curioso, procurava uma oportunidade para ver Jesus em ação.
10-11Os apóstolos voltaram e deram um relatório do que fizeram. Jesus levou-os para outro lugar, perto da cidade de Betsaida, mas o povo descobriu e logo foi atrás deles. Jesus recebeu todos com bondade, ensinou-lhes mais algumas coisas a respeito do Reino de Deus e curou os que precisavam de cura.
12Estava quase anoitecendo, e os Doze disseram a Jesus: “Estamos no meio do nada. Despede a multidão, para que eles possam ir às fazendas e às cidades ao redor procurar um lugar para dormir e algo para comer”.
13-14“Vocês vão dar comida a eles”, Jesus disse. Eles reagiram: “Tudo o que temos são cinco pães e dois peixes. A não ser que tenhamos de ir à cidade comprar pão para toda essa gente!” (Havia mais de cinco mil pessoas ali.)
14-17Jesus insistiu e orientou seus discípulos: “Mandem que se assentem em grupos de cinquenta”. Eles obedeceram, e logo todos estavam acomodados. Ele tomou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu, orou, abençoou o pão, partiu-o e entregou-o aos discípulos, junto com o peixe, para que fosse distribuído à multidão. Depois que todos comeram até ficar satisfeitos, foram recolhidos doze cestos de sobras.
18Certa vez, Jesus estava orando, e seus discípulos estavam por perto. Ele perguntou: “O que o povo anda dizendo a meu respeito?”
19Eles responderam: “João, o Batista. Outros dizem que és Elias. Outros ainda dizem que um dos profetas do tempo antigo reapareceu”.
20-21Ele insistiu: “E vocês, o que dizem de mim? Quem sou eu?” Pedro respondeu: “O Messias de Deus”. Jesus pediu segredo a respeito disso. Eles não deveriam repetir para ninguém a declaração de Pedro.
22E acrescentou: “O Filho do Homem terá de passar por sofrimento. Ele será julgado e condenado pelos líderes judaicos, líderes religiosos e principais sacerdotes. Ele será morto, mas ressuscitará no terceiro dia”.
23-27Falou também do que os aguardava: “Quem quiser seguir-me tem de aceitar minha liderança. Quem está na garupa não pega na rédea. Eu estou no comando. Não fujam do sofrimento. Abracem-no. Sigam-me, e mostrarei a vocês como agir. Autoajuda não é ajuda, de jeito nenhum. O autossacrifício é o caminho — o meu caminho — para que vocês descubram sua verdadeira identidade: Qual é a vantagem de conquistar tudo que se deseja, mas perder a si mesmo? Se algum de vocês tiver vergonha de mim e do caminho pelo qual os conduzo, o Filho do Homem irá envergonhar-se de vocês quando voltar em sua glória com o Pai e os santos anjos. Entendam que não é pouca coisa. Alguns de vocês aqui verão tudo isto acontecer: verão o Reino de Deus com os próprios olhos”.
28-31Cerca de oito dias depois, Jesus subiu a um monte para orar e levou consigo Pedro, João e Tiago. Enquanto orava, a aparência de seu rosto mudou, e suas roupas ficaram brancas a ponto de ofuscar a vista. Dois homens apareceram para conversar com ele. Eram Moisés e Elias! Que aparição gloriosa! Eles falavam a. respeito da partida de Jesus para Jerusalém.
32-33Enquanto isso, Pedro e os demais haviam caído no sono. Quando acordaram, esfregando os olhos, viram Jesus em sua glória com Moisés e Elias. Depois que Moisés e Elias se retiraram, Pedro disse a Jesus: “Senhor, este é um momento sublime! Vamos construir três memoriais — um para o senhor, um para Moisés e outro para Elias”. Ele falava sem pensar.
34-35Nesse instante, uma nuvem brilhante os envolveu. Dentro da nuvem, todos tiveram profunda consciência da presença de Deus. Lá dentro, ouviram uma voz: “Este é meu Filho, marcado pelo meu amor. Ouçam-no!”
36Quando a voz cessou, eles viram Jesus sozinho. Por um bom tempo ficaram em silêncio. Nem mesmo entre si comentaram o que tinham visto.
37-40No dia seguinte, quando desceram o monte, uma grande multidão os aguardava. Então, um homem gritou do meio do povo: “Mestre, por favor, estou suplicando pelo meu filho, meu único filho! Um espírito costuma se apoderar dele. Ele começa a gritar, tem convulsões, fica babando e perde a cor. Pedi aos teus discípulos que o libertassem, mas não puderam”.
41Jesus suspirou: “Mas que geração! Vocês não conhecem Deus! Até quando vou ter de aguentar esse tipo de coisa! Quantas vezes ainda vou ter de passar por isso? Traga seu filho aqui!”
42-43Enquanto o menino era trazido, o demônio derrubou-o ao chão com fortes convulsões, Jesus ordenou ao espírito imundo que saísse, curou o menino e entregou-o ao pai. O povo ficou perplexo e maravilhado diante da majestosa grandeza de Deus.
43-44Os discípulos permaneceram ali, ainda não recuperados do assombro diante de tudo que Jesus havia realizado. Ele anunciou ao grupo: “O Filho do Homem está para ser traído por gente que não quer nada com Deus”.
45Eles não sabiam do que ele estava falando. Era como se ele falasse uma língua desconhecida, e, mesmo sem entender nada, tinham vergonha de perguntar o que ele estava querendo dizer.
46-48Começaram, então, a discutir sobre quem deles era o maior. Quando Jesus percebeu a importância que davam a isso, pôs uma criança ao seu lado e declarou: “Quem recebe uma dessas crianças, como eu estou fazendo, também me recebe. E quem me recebe está recebendo aquele que me enviou. Vocês se tornam grandes pelo que aceitam, não pela opinião que conseguem impor. É o espírito de vocês, não a grandeza, que faz diferença”.
49Então, João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem usando teu nome para expulsar demônios e o impedimos, porque ele não é do nosso grupo”.
50Jesus reprovou-os: “Não o impeçam. Se ele não é inimigo, é aliado”.
51-54A hora de sua ascensão se aproximava. Numa atitude corajosa, Jesus decidiu ir para Jerusalém e enviou alguns mensageiros a uma cidade samaritana, a fim de fazer preparativos para a viagem. Mas, quando os samaritanos souberam que o destino dele era Jerusalém, recusaram-se a recebê-lo. Quando ficaram sabendo disso, Tiago e João disseram: “Mestre, o senhor quer que invoquemos um raio do céu para acabar com eles?”
55-56— Jesus os repreendeu: “Claro que não!” Foram, então, para outra cidade.
57No caminho, alguém pediu permissão para acompanhar Jesus: “Com o senhor irei para qualquer lugar”.
58Jesus foi incisivo: “Você está mesmo pronto para me seguir? Saiba que não costumamos ficar em boas hospedagens”. Jesus disse a outro homem: “Siga-me!”
59Ele respondeu: “Tudo bem, só que preciso de alguns dias. Tenho de acertar a questão do sepultamento do meu pai”.
60Jesus afirmou: “As coisas mais importantes primeiro. A prioridade é a vida, não a morte. A vida é urgente: anuncie o Reino de Deus!”
61Outro declarou: “Estou pronto para seguir o senhor, Mestre, mas antes preciso acertar as coisas lá em casa”.
62Jesus reagiu: “Sem adiamentos. Nada de olhar para trás. Ninguém pode deixar o Reino de Deus para amanhã. A oportunidade é para hoje”.