1-4Jesus entrou em Jericó e caminhava pela cidade. Havia ali um morador chamado Zaqueu, o principal cobrador de impostos, que era muito rico. Ele queria a todo custo ver Jesus, mas a multidão estava no caminho. Como era baixinho, não conseguia olhar por cima do povo. Então, correu adiante deles e subiu numa figueira. Dali poderia ver Jesus quando este passasse.
5-7Quando chegou perto da árvore, Jesus olhou para cima e disse: “Zaqueu, desça depressa! Hoje é o dia de eu me hospedar em sua casa”. Zaqueu pulou da árvore, ainda sem acreditar no que ouvia, feliz da vida com a oportunidade de receber Jesus. Os que presenciavam a cena ficaram indignados e reclamaram: “Como ele pode se sentir tão à vontade com esse bandido?”
8Parado diante de Jesus, Zaqueu não sabia o que fazer. Gaguejando, disse: “Senhor, vou dar metade do meu patrimônio para os pobres e, de tudo o que roubei pagarei quatro vezes mais pelo prejuízo”.
9-10Então, Jesus declarou: “Hoje é dia de salvação nesta casa! Aqui está Zaqueu, filho de Abraão! Pois o Filho do Homem veio buscar e restaurar o que estava perdido!”
11Por estarem se aproximando de Jerusalém, crescia a expectativa de que o Reino de Deus se manifestasse a qualquer momento. Enquanto tinha a atenção deles, Jesus aproveitou para contar a seguinte história:
12-13“Certa vez, um homem, descendente de uma casa real, precisou fazer uma longa viagem de volta à capital do reino a fim de conseguir autorização para seu governo. Antes de partir, chamou dez empregados, entregou a cada um certa quantia de dinheiro e os orientou: ‘Negociem até que eu volte’.
14“Mas os cidadãos daquele reino o odiavam e enviaram uma comissão com uma petição assinada ao governo geral: ‘Não queremos que esse homem nos governe’.
15No entanto, quando ele voltou, trazia a autorização e chamou os dez empregados a quem havia confiado o dinheiro para saber o que tinham feito com ele.
16O primeiro informou: ‘Senhor, dupliquei seu dinheiro’.
17Ele disse: ‘Bom empregado! Bom trabalho! Já que você se mostrou confiável nesse pequeno empreendimento, eu darei a você o governo de dez cidades’.
18O segundo disse: ‘Senhor, consegui um lucro de cinquenta por cento com seu dinheiro’.
19Ele disse: ‘Vou designar você para um cargo sobre cinco cidades’:
20-21O terceiro empregado disse: ‘Senhor, aqui está seu dinheiro, são e salvo. Eu o guardei num cofre. Para dizer a verdade, estava com um pouco de medo. Sei que o senhor tem padrões muito elevados e detesta negligência. Também não tolera que ninguém cometa erros’.
22-23O homem respondeu: ‘Você está certo. Não tolero gente que comete erros — e foi o que você fez! Por que não investiu o dinheiro em ações, para conseguir pelo menos um pequeno lucro?’.
24Então, ele ordenou aos que estavam ali: ‘Tirem o dinheiro dele e entreguem ao que duplicou o capital’.
25Eles estranharam: ‘Mas, Senhor, ele já tem o dobro!’.
26Ele explicou: ‘É o que estou tentando dizer: Quem arrisca a vida ganhará mais do que nunca sonhou. Quem tem cautela demais acabará sem nada.
27‘Quanto aos que assinaram a petição contra meu governo, tirem-nos daqui! Não quero vê-los na minha frente de novo!’”.
28-31Depois de dizer essas coisas, Jesus retomou o caminho para Jerusalém. Quando se aproximou de Betfagé e de Betânia, no monte chamado das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos com as seguintes instruções: “Vão à aldeia que está adiante. Assim que entrarem, acharão um jumentinho amarrado, que ninguém cavalgou ainda. Desamarrem-no e tragam-no. Se alguém perguntar: ‘O que vocês estão fazendo?’, digam: ‘O Senhor precisa dele’”.
32-33Os dois foram e encontraram o animal, como Jesus tinha dito. Enquanto o desamarravam, os donos perguntaram: “Por que estão desamarrando o jumentinho?”.
34Eles disseram: “O Senhor precisa dele”.
35-36Eles trouxeram o jumentinho a Jesus. Puseram seus mantos sobre o animal e ajudaram o Senhor a montar. O povo, então, começou a reverenciá-lo, lançando suas capas no caminho.
37-38Lá no alto do monte das Oliveiras, onde começa a descida, a multidão dos discípulos irrompeu num louvor entusiasmado, por causa de todas as obras poderosas que haviam testemunhado: “Bendito é ele que vem, o rei em nome de Deus! Paz no céu! Glória nas alturas!”
39Alguns fariseus que acompanhavam a multidão disseram: “Mestre, controle seus discípulos!”
40Mas Jesus reagiu: “Se eles se calarem, as pedras vão falar por eles”.
41-44Quando viu a cidade, ele chorou por causa dela e disse: ‘Ah, se ao menos você tivesse reconhecido este dia e entendido quanto seria bom para você! Mas agora é tarde. O que vem por aí é a guerra. O cerco e a pressão virão por todos os lados. Você e seus filhos serão esmagados. Nenhuma pedra ficará intacta. Tudo isso porque você não reconheceu Deus nem o recebeu quando ele veio em pessoa!”
45-46Quando chegou ao templo, ele começou a expulsar todos os que tinham pontos de venda ali, onde se comprava qualquer coisa. Ele disse: “Está nas Escrituras: Minha casa foi designada casa de oração; Mas vocês a transformaram em ponto de encontro de ladrões”.
47-48Depois Jesus passou a ensinar diariamente no templo. Os principais sacerdotes, os líderes religiosos e os líderes do povo tentavam encontrar uma forma de se livrar dele. Mas, com o povo atento a cada palavra que ele dizia, nada conseguiram.